sábado, 10 de fevereiro de 2007

Acho que sou mesmo um "cripto-fascista"...

Um grande amigo costuma dizer que sou um "cripto-fascista". Sempre achei que esse epíteto se dever ao facto de ele ser "cripto-comuna", o que lhe provocaria uma distorção da realidade. Mas não. Se calhar ele tem razão.
É que dou por mim a pensar que certas coisas deviam MESMO ser decididas por uma minoria iluminada, por aqueles que sabem. O que é, já de si, um pensamento horrível. Mas o terror continua: o que motiva este pensamento é um "coitadinhos, eles não sabem o que fazem. Deixem que nós decidimos por eles".
Ou seja: sou mesmo "cripto-fascista"!!
Bolas, e logo agora que começava a descobrir algumas virtualidades na democracia... Pode ser que amanhã as redescubra, mas sinceramente não me parece.
Anda um gajo a matar-se a estudar, a perceber porque é que as coisas são da forma X e porque é que não podem ser Y e depois vêm uns marmanjos que ouviram umas larachas com piada no programa do domingo à noite e decidem (sim, decidem) que afinal é melhor Y.
E onde fica o direito?
Pois é... dou-me mal com a democracia. Sou um "cripto-fascista", pelo menos até amanhã. Depois passa...

2 comentários:

Anónimo disse...

Como eu te compreendo, meu caro Afonso

Anónimo disse...

Oh, meu caro... (reticências benevolentes)
Esqueceste-te de referir que tu terias sempre de fazer parte dessa minoria esclarecida. Não te esqueças nunca dessa parte ou, se algum dia ela voltar a existir -já existiu, também cá na santa terrinha - pode ser que te considere parte da maioria não esclarecida, e tu te lixes (ou fodas, para utilizar a linguagem vulgar dos pouco esclarecidos).
A melhor forma de perceberes onde fica o direito é levantar a cabeça e olhar em volta. Olha à tua volta, e tenta encontrá-lo para lá do teu quintal.
Um pouco mais de humildade...
Abraço