sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

As coisas mudam

Antes era assim: a mãe tratava de alimentar o filho, de lhe fazer festas, de lhe dar atenção. E todos pensavam que estava certo, porque tinha de ser.
Depois foram menos os que pensavam daquela forma, mas continuava a convicção generalizada que era assim que devia ser. No fundo, se não for a mãe a dar de comer ao filho, quem o vai fazer? Por outro lado, se não é a mãe a dar mimos ao filho, como pode exigir dos tios ou dos primos que o façam?
Ontem deparei-me como sendo o único a reparar que a mãe não estava a alimentar o filho, estava a deixá-lo morrer. É que já ninguém acha que é assim que tem de ser. A mãe está ali por favor e temos apenas de ser gratos por se dispor a , de vez em quando, dar um chocolate ao filho.
E isso até pode ser legítimo: as coisas mudam e uma mudança não é necessariamente má. Mas é obrigatoriamente diferente.
Numa sociedade onde sou o único a pensar que há uma obrigação da mãe de tratar o filho, parece que estou deslocado. Se calhar é da idade. No fundo, aproxima-se o momento de eu abandonar aquela sociedade. Porque, de facto, é essa a lei da vida.

Sem comentários: