segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

O monte com casas.

Um monte com casas. É só isso a paisagem que contemplo da janela do meu quarto e que, de facto, nada mais é do que um monte com casas.
Mas as casas têm vida, a vida é de pessoas e as pessoas correm, preocupam-se, riem, choram, descontraem, sonham e cantam. E fazem-no até um dia desfalecer, cansadas, felizes ou não, com um ou outro arrependimento de um passado que não volta mais.
Um monte com casas. Nesse monte com casas corre o sangue de uma cidade, a magia de quem anda de um lado para o outro, cumprindo o papel que a sociedade lhe deu, sem configurar jamais a hipótese de toda a vida ser apenas montes com casas.
As casas têm vários tamanhos, cores e feitios, que hão-de corresponder a pessoas de várias estaturas, diferentes vozes e cheiros particulares. Pessoas que se preocupam com coisas ou com outras pessoas. Coisas que são diferentes, pessoas que são diferentes.
E ainda querem que eu pense que é só um monte com casas?

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